13/11/2020 Undime TO
Versão definitiva do documento está disponível no portal do Inep e possui novas informações em relação aos dados divulgados em dezembro de 2019
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou a versão final do relatório sobre o desempenho dos alunos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018. O documento está disponível no portal do Inep e possui novas informações em relação aos dados divulgados, preliminarmente, em dezembro de 2019, a exemplo dos resultados por características específicas dos estudantes, como raça/cor, turno de estudo e prática de atividade remunerada por parte do aluno, no momento da realização da pesquisa. O documento traz ainda uma análise das características associadas aos participantes com nível socioeconômico mais baixo.
O Pisa avalia três domínios — leitura, matemática e ciências — em todas as suas edições. Os resultados do programa permitem que cada país mensure os conhecimentos e as habilidades dos seus estudantes na faixa etária de 15 anos, em comparação a outros países. O programa também possibilita um intercâmbio de políticas e boas práticas entre as nações e economias participantes, o que serve como subsídio para a formulação de estratégias e programas educacionais, com o objetivo de aumentar a qualidade e aperfeiçoar a equidade da aprendizagem. Os dados sobre a caracterização dos estudantes são coletados por meio de questionário.
Uma das novidades da edição do Pisa 2018 no Brasil foi a aplicação do questionário dos pais ou responsáveis dos estudantes avaliados. Cada estudante brasileiro avaliado em 2018 recebeu um questionário em papel, que foi entregue aos pais ou responsáveis para que eles pudessem responder questões relacionadas ao seu engajamento na vida escolar dos filhos, bem como questões sobre interesse e motivação pela leitura.
Em uma análise exploratória das características que diferenciam grupos de estudantes com nível socioeconômico abaixo da média nacional, com desempenhos cognitivos muito distintos — estudantes com desempenho abaixo do nível mínimo em leitura versus estudantes com desempenho no nível mínimo ou acima em leitura —, observou-se que o suporte emocional e o apoio dos pais/responsáveis no processo de aprendizagem dos filhos, no início da trajetória escolar, são fatores importantes que estão associados ao melhor resultado educacional dos estudantes de 15 anos de idade em desvantagem socioeconômica.
Raça/Cor – Diversos estudos mostram a importância dessa variável para analisar as desigualdades no sistema educacional brasileiro. Os resultados mostram que estudantes autodeclarados como brancos possuem uma média de desempenho (450) significativamente superior quando comparada à média de desempenho dos estudantes autodeclarados como pretos (389), o que corresponde a uma diferença de cerca de dois anos de escolarização, no caso dos resultados de leitura (62 pontos na escala de desempenho). Quando essa diferença entre cor/raça é analisada intragrupo — dentro do grupo de estudantes mais pobres e dentro do grupo de estudantes mais ricos —, ainda assim, observam-se discrepâncias significativas. Isso evidencia que o nível socioeconômico, por si só, não é capaz de explicar as desigualdades raciais no campo educacional.
Turno – O relatório mostra que o desempenho médio dos estudantes matriculados no turno integral ou semi-integral e matutino se destaca e é superior ao de alunos matriculados nos turnos vespertino e noturno. Os participantes que estudam à noite apresentaram o menor desempenho médio em leitura.
Atividade remunerada – Aproximadamente 43% dos estudantes de 15 anos de idade declararam nunca ter trabalhado. O desempenho médio em leitura alcançado por esses estudantes no Pisa 2018 é significativamente superior, em termos estatísticos, ao desempenho médio dos estudantes que exerciam atividade remunerada no momento da pesquisa ou já exerceram em algum momento anterior. No entanto, não há diferenças estatisticamente significativas entre os estudantes que trabalhavam no momento da pesquisa e os estudantes que trabalharam em algum momento anterior.
Pisa – Realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa é um estudo comparativo internacional que oferece informações sobre o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Desde a primeira edição, em 2000, o número de países e economias participantes aumenta a cada ciclo. Na última edição, em 2018, as provas e os questionários foram aplicados em mais de 80 países. Há uma coordenação nacional em cada país participante. O Inep é responsável pelo planejamento e a operacionalização no Brasil, que participa do programa desde a primeira edição.
Confira o relatório Brasil no Pisa 2018
Fonte/ Foto: Inep
Versão definitiva do documento está disponível no portal do Inep e possui novas informações em relação aos dados divulgados em dezembro de 2019 O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou a versão final do relatório sobre o desempenho dos alunos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018. O documento está disponível no portal do Inep e possui novas informações em relação aos dados divulgados, preliminarmente, em dezembro de 2019, a exemplo dos resultados por características específicas dos estudantes, como raça/cor, turno de estudo e prática de atividade remunerada por parte do aluno, no momento da realização da pesquisa. O documento traz ainda uma análise das características associadas aos participantes com nível socioeconômico mais baixo. O Pisa avalia três domínios — leitura, matemática e ciências — em todas as suas edições. Os resultados do programa permitem que cada país mensure os conhecimentos e as habilidades dos seus estudantes na faixa etária de 15 anos, em comparação a outros países. O programa também possibilita um intercâmbio de políticas e boas práticas entre as nações e economias participantes, o que serve como subsídio para a formulação de estratégias e programas educacionais, com o objetivo de aumentar a qualidade e aperfeiçoar a equidade da aprendizagem. Os dados sobre a caracterização dos estudantes são coletados por meio de questionário. Uma das novidades da edição do Pisa 2018 no Brasil foi a aplicação do questionário dos pais ou responsáveis dos estudantes avaliados. Cada estudante brasileiro avaliado em 2018 recebeu um questionário em papel, que foi entregue aos pais ou responsáveis para que eles pudessem responder questões relacionadas ao seu engajamento na vida escolar dos filhos, bem como questões sobre interesse e motivação pela leitura. Em uma análise exploratória das características que diferenciam grupos de estudantes com nível socioeconômico abaixo da média nacional, com desempenhos cognitivos muito distintos — estudantes com desempenho abaixo do nível mínimo em leitura versus estudantes com desempenho no nível mínimo ou acima em leitura —, observou-se que o suporte emocional e o apoio dos pais/responsáveis no processo de aprendizagem dos filhos, no início da trajetória escolar, são fatores importantes que estão associados ao melhor resultado educacional dos estudantes de 15 anos de idade em desvantagem socioeconômica. Raça/Cor – Diversos estudos mostram a importância dessa variável para analisar as desigualdades no sistema educacional brasileiro. Os resultados mostram que estudantes autodeclarados como brancos possuem uma média de desempenho (450) significativamente superior quando comparada à média de desempenho dos estudantes autodeclarados como pretos (389), o que corresponde a uma diferença de cerca de dois anos de escolarização, no caso dos resultados de leitura (62 pontos na escala de desempenho). Quando essa diferença entre cor/raça é analisada intragrupo — dentro do grupo de estudantes mais pobres e dentro do grupo de estudantes mais ricos —, ainda assim, observam-se discrepâncias significativas. Isso evidencia que o nível socioeconômico, por si só, não é capaz de explicar as desigualdades raciais no campo educacional. Turno – O relatório mostra que o desempenho médio dos estudantes matriculados no turno integral ou semi-integral e matutino se destaca e é superior ao de alunos matriculados nos turnos vespertino e noturno. Os participantes que estudam à noite apresentaram o menor desempenho médio em leitura. Atividade remunerada – Aproximadamente 43% dos estudantes de 15 anos de idade declararam nunca ter trabalhado. O desempenho médio em leitura alcançado por esses estudantes no Pisa 2018 é significativamente superior, em termos estatísticos, ao desempenho médio dos estudantes que exerciam atividade remunerada no momento da pesquisa ou já exerceram em algum momento anterior. No entanto, não há diferenças estatisticamente significativas entre os estudantes que trabalhavam no momento da pesquisa e os estudantes que trabalharam em algum momento anterior. Pisa – Realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa é um estudo comparativo internacional que oferece informações sobre o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Desde a primeira edição, em 2000, o número de países e economias participantes aumenta a cada ciclo. Na última edição, em 2018, as provas e os questionários foram aplicados em mais de 80 países. Há uma coordenação nacional em cada país participante. O Inep é responsável pelo planejamento e a operacionalização no Brasil, que participa do programa desde a primeira edição. Confira o relatório Brasil no Pisa 2018 Saiba mais sobre o Pisa Fonte/ Foto: Inep https://bit.ly/3kBwqhP