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29/11/2021 Undime TO

Undime-TO participa de evento do MPTO que discute o direito à educação e os reflexos da pandemia na qualidade do ensino

A União de Dirigentes Municipais de Educação (Undime-TO), participa nesta segunda, 29, e terça-feira, 30, juntamente com os dirigentes de educação dos municípios tocantinenses, do evento idealizado pelo Ministério Público do Estado do Tocantins, o IV Ciclo de Debates sobre Educação e Atuação do Ministério Público”, realizado em Palmas com transmissão online.

O encontro tem o intuito de produzir uma ampla discussão sobre a garantia do direito à educação no contexto da pandemia e pós-pandemia.

Conforme explicou o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (Caopije), promotor de Justiça Sidney Fiori Júnior, as discussões são pautadas em um diagnóstico de nível estadual e nas vivências da Rede ColaborAção Tocantins, que foi formada por um conjunto de entidades para discutir a gestão educacional no período da pandemia.

A presidente da Undime-TO, Francinete Ribeiro, pontuou a necessidade de um dialogo aberto entre as entidades para fim de deliberações e entendimento no que tange as constantes Mudanças ocorridas na legislação educacional. “Ponto crucial para uma gestão eficiente e pautada na legalidade”, destacou a presidente.

Conforme o diagnóstico do Caopije, as aulas na rede pública no Tocantins foram suspensas em março de 2020 diante de um quadro de completa ausência de diretriz nacional e de falta de colaboração entre Estado e municípios, sobre a continuidade do serviço.

Também foi apresentado que 58% dos alunos das redes públicas do Tocantins vivem em famílias economicamente vulneráveis e que 83,7% alunos não possuem computador ou acesso à internet banda larga.

Verificou-se também que apenas em 66% dos municípios, os professores e as coordenações pedagógicas receberam, simultaneamente, formação para a oferta do ensino remoto. Também foi diagnosticado que em 41,7% das cidades, nem os estudantes nem os seus familiares receberam orientações para o ensino remoto.

Mesmo diante desse quadro de despreparo, somente 0,6% das escolas iniciaram o ano letivo de 2021 de forma presencial e 4,7% de forma híbrida, enquanto nas demais o ensino ainda foi integralmente remoto, sem a presença do aluno.

Constatou-se ainda que 32% professores da rede pública não são efetivos, o que dificulta a sua formação.

Conforme os números mais atuais, de novembro, 101 cidades encontram-se oferecendo ensino híbrido, 35 o ensino remoto e somente três o ensino presencial.

O coordenador da Comissão Permanente de Educação do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (Copeduc/CNPG), Lucas Sachsida Junqueira Carneiro, realizou palestra no evento, informando que o Brasil foi um dos últimos países a restabelecer o ensino presencial.

Ele avaliou que, durante o primeiro um ano e meio da pandemia de Covid-19, o Brasil viveu uma completa situação de inconstitucionalidade no que se refere à oferta do ensino, que deveria ter sido reconhecido pelos gestores como um direito fundamental, tratado de forma prioritária e garantido universalmente a todas as crianças e adolescentes em idade escolar.

Conforme sua explanação, quando as atividades comerciais, recreativas e esportivas já estavam restabelecidas, as escolas continuavam fechadas, contrariando-se orientações da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Lucas Sachsida também avaliou que esta situação acarretou índices elevados de abandono e evasão escolar, o que deverá ser refletido no aumento da pobreza, da desigualdade social e da criminalidade, que se agravam em situações de falta de investimento na educação.


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